O Blogue do Chico

Uma réplica sísmica foi sentida esta manhã no Haiti, oito dias depois do devastador terramoto que deixou a capital do país em escombros. O tremor teve uma magnitude de 6,1, de acordo com o organismo de vigilância geológica dos Estados Unidos.

Não há para já quaisquer relatos de danos ou vítimas desta réplica que ocorreu às 11h03 na hora de Portugal, a uns 42 quilómetros de Jacmel, cidade no sul do país.

A réplica, que durou alguns segundos, fez regressar o pânico às ruas de Port-au-Prince, com os haitianos a procurar refúgio longe do que resta dos edifícios e outras estruturas já fortemente danificadas há oito dias mas que voltaram a ser sacudidos hoje. Mas imagens divulgadas pela CNN cerca de uma hora após a réplica registada esta manhã mostraram haitianos mais calmos.

Desde o tremor de dia 12 que milhares de pessoas dormem ao relento, receando réplicas do sismo que devastou por completo as suas casas e provocou, segundo o último balanço avançado pelo Governo do Haiti, 75 mil mortos, um número inferior ao recentemente avançado pelos Estados Unidos (200 mil).

Este último sismo surge quando a capital haitiana continua longe de recuperar do tremor de há uma semana. As equipas de resgate continuam em busca de possíveis sobreviventes e a ajuda humanitária é ainda considerada insuficiente pela população. Além do apoio médico e alimentar que tem chegado por terra a Port-au-Prince, tropas norte-americanas lançaram ontem a partir de um avião C-17 água e refeições prontas a comer aos haitianos espalhados por campos improvisados para sobreviventes, no sentido de agilizar e acelerar a distribuição da ajuda humanitária.

A Organização Internacional para as Migrações estima que os mais de 300 acampamentos improvisados recebem actualmente perto de 370 mil pessoas desalojadas a partir do sismo de dia 12.

Para avaliar a situação no terreno, a directora do Programa Alimentar Mundial (PAM) vai deslocar-se ao país. Josette Sheeran, que amanhã deixa Roma, onde funciona a sede da agência das Nações Unidas, pretende falar com vítimas do sismo, bem como com responsáveis de agências governamentais e humanitárias